O castelo medieval
À época da Reconquista cristã da península Ibérica, esta povoação e seu castelo encontram-se relacionados entre os domínios legados ao Mosteiro de Guimarães, em testamento, por D. Flâmula Rodrigues, sobrinha de Mumadona Dias (960). Os estudiosos associam esta doação a uma ação de repovoamento encetada pelo pai da doadora, D. Rodrigo Tedoniz, acreditando remontar a esta fase a primitiva feição do castelo.Após a reconquista definitiva das terras da Beira por Fernando Magno, o inventário dos bens do Mosteiro de Guimarães, no ano de 1059, relaciona o Castelo de Longroiva. Estes domínios integraram os do Condado Portucalense, e conseqüentemente os do reino emancipado de Portugal. Neste período, ocorreu um expressivo surto de povoamento na região, atribuído a D. Egas Gozendes, que se acredita tenha outorgado uma Carta de Foral a Longroiva desde 1126, e posteriormente, a D. Fernão Mendes de Bragança (esposo da Infanta D. Sancha e, portanto, cunhado de D. Afonso Henriques), que teria doado estes domínios de Longroiva à Ordem do Templo (1145), sendo Mestre Hugo Martonio (ou Hugo Martins, em português). É a esta, sob a orientação do Mestre D. Gualdim Pais, que se deve a atual feição do castelo (1176).
D. Dinis (1279-1325) concedeu foral à vila, e, em 1304, mandou fazer alguns reparos no castelo. Ainda em seu reinado, diante da extinção da Ordem, os domínios da povoação e seu castelo foram incorporados ao patrimônio da Ordem de Cristo (1319).
No reinado de D. Manuel (1495-1521), uma Visitação de 1505 nos permite conhecer alguns detalhes deste monumento à época:
- a sua praça de armas havia sido quase que inteiramente tomada pelo Paço do comendador da Ordem de Cristo; e
- na torre de menagem, ao centro da praça de armas, defendida por um hurdício (galeria de madeira que, no topo dos muros, permitia o ataque vertical sobre o inimigo), rasgava-se a janela mainelada, em estilo manuelino, que chegou aos nossos dias.
Do século XVIII aos nossos dias
No século XVIII, uma descrição do castelo referia que com relação ao paço "novo" do comendador, as suas casas "encontravam-se já destelhadas e em ruína", a cisterna, que abastecia a guarnição, entupida, e as portas do castelo, que no passado haviam defendido o acesso, não possuíam já qualquer grade ou portão de madeira.No século XIX, o castelo foi transformado em pedreira local, desmantelando-se, para esse fim, as suas muralhas. Em 1855 foi extinto o Concelho de Longroiva. Nesse período, provavelmente a partir da extinção das ordens religiosas (1834), a sua praça de armas passou a ser utilizada como cemitério da vila, função que perdura até aos nossos dias.
O castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 18 de Agosto de 1943. A intervenção do poder público colocou a descoberto as antigas cisternas e procedeu a pequenos trabalhos de consolidação das ruínas.
Atualmente podem ser observados a entrada da casa Templária para o castelo, estando o resto da construção em estado de degradação. O cemitério subsiste na praça de armas
Sem comentários:
Enviar um comentário