O Palácio Nacional da Pena, também conhecido simplesmente por Palácio da Pena ou por Castelo da Pena, localizado na histórica vila de Sintra, representa uma das melhores expressões do
Romantismo arquitectónico do
século XIX no mundo. Em
7 de Julho de
2007 foi eleito como uma das
sete maravilhas de Portugal, sendo aliás o primeiro
palácio romântico da
Europa, construído cerca de 30 anos antes do carismático
Castelo de Neuschwanstein, na
Baviera.
Olha quem são eles
Uma paragem para descançar
O castelo dos mouros
O Palácio da Pena
No
século XVI,
D. Manuel I mandou construir o convento de madeira para a
Ordem de São Jerónimo, substituindo-o ligeiramente mais tarde por um de
cantaria para 18 monges. No
século XVIII, um raio destruiu parte da torre, capela e sacristia. Isto ocorreu pouco antes do fatídico
terramoto de 1755, que deixou o convento em plena ruína. O
Terramoto de 1755 devastou
Lisboa e os arredores e o mosteiro ou
Convento da Pena caiu em ruínas. Apenas a Capela, na zona do altar-mor, com o magnífico retábulo em
mármore e alabastro atribuído a
Nicolau de Chanterenne, permaneceu intacta.
As ruínas, no topo escarpado da
Serra de Sintra, maravilharam o jovem príncipe D. Fernando. Em
1838, decidiu adquirir o velho convento, a cerca envolvente, o
Castelo dos Mouros e quintas e matas circundantes. Logo se tornaria um «alto-lugar» do romantismo europeu. O
monumento atual foi mandado edificar por
D. Fernando de Saxe Coburgo-Gota, casado com a
Rainha Maria II em
1836. Homem culto, e com uma educação muito cuidada, o futuro Rei Fernando II depressa se apaixonou por Sintra. Ao visitar a montanha pela primeira vez, avistou as ruínas do antigo
Convento dos Frades Hieronimitas, erguido no reinado de
D. João II, e que tinha sido substancialmente transformado pelo rei
Manuel I de Portugal. Este, no cumprimento de uma promessa, ordenou a sua reconstrução de raiz, em homenagem a Nossa Senhora da Pena, doando-o de volta à
Ordem dos Monges de São Jerónimo.
Iniciou logo a seguir obras de consolidação do velho convento, dotando-o de novos acessos em túnel. Em
1840, dois anos antes que
Varnhagen desse à estampa a sua colecção de artigos sobre os
Jerónimos, D. Fernando decidiu a ampliação do Convento de forma a construir um verdadeiro paço acastelado romântico, residência de verão da
família real portuguesa. O novo projeto foi encomendado ao mineralogista germânico barão
Guilherme von Eschwege, amador de arquitetura.
Pensou, igualmente, em mandar plantar um magnífico
parque, à
inglesa, com as mais variadas, exóticas e ricas espécies
arbóreas. Desta forma, Parque e Palácio da Pena constituem um todo magnífico. O Palácio, em si, é um edifício ecléctico onde a profusão de estilos e o movimento dos volumes são uma invulgar e excepcional lição de arquitectura.
A obra decorreu rapidamente e estaria quase concluída entre 1847 e 1852, segundo o projeto do alemão, mas com intervenções decisivas, ao nível dos detalhes decorativos e simbólicos, do príncipe. Diz a Enciclopédia dos Lugares Mágicos de Portugal, volume 11, página 130: «O aparente ecletismo da arquitectura do palácio revela a intenção de fazer dele como que um catálogo das formas neomedievalizantes e exóticas disponíveis na altura. Do neogótico ao neomourisco, passando por sugestões indianas e pelo inevitável manuelino, tudo ali aparece, segundo um esquema de fascinante
bricolage.»